Wednesday, September 11, 2019

Grand Canyon e muito mais!

Depois de quase 2 meses em Portugal (numas ferias fantasticas) regressamos a Boston para partirmos novamente em viagem, para um destino desconhecido e umas férias bem diferentes.
Comecamos em Las Vegas. Esta foi a 2 vez que fui a LV e confesso que quando fui a primeira vez fiquei muito pouco impressionada, por isso ia com as expectativas baixas, mas como era o melhor aeroporto de acesso ao Grand Canyon e as miúdas não conheciam, resolvi dar a cidade uma 2a oportunidade e nao e' que valeu imenso a pena!!
Comecamos com um passeio de helicóptero, foram-nos buscar de carro e levaram-nos até ao heliporto a alguns kms do centro e de lá sobrevoamos uma parte do deserto a volta de LV (absolutamente impressionante, como é possível que haja uma cidade no meio daquele deserto!), passamos pelo Lake Mead (lindo!) e pelo Rio Colorado até chegarmos ao início do Grand Canyon, foi um passeio espetacular que nos aguçou ainda mais a vontade de visitar o Canyon. Nesse dia, passamos a tarde muito gira em casa de uns amigos e a noite fomos ver um show, o Le Reve no hotel/casino Wynn. O espetaculo e' fantastico, uma mistura de teatro com musical e acrobacias circenses ao estilo Circo do Soleil, ficamos os 4 de boca aberta a assistir, adoramos e super recomendamos! Depois do espetáculo ainda tivemos tempo para ver as luzes da cidade e assistir ao show das fontes em frente ao Bellagio. Las Vegas é uma cidade para viver a noite e no meio da disneylândia de cores, extravagância e muita falta de bom gosto, e' uma cidade que surpreende a todo o momento e que não sendo uma cidade bonita, tem muitas coisas bonitas. 
No dia seguinte, partimos para St. George, uma cidade a norte do Grand Canyon, onde paramos para andar de ATV (all terrain vehicle), foi uma experiencia super divertida, eu morri de medo, as miúdas também! Andamos nas dunas, fomos ate ao Sand Hollow Reservoir e divertimo-nos imenso. No regresso ao hotel passamos uma festa/feira local Peach Fair que nos fez lembrar as feiras que se veem nos filmes e finalmente mergulhamos na piscina do hotel depois de passarmos o dia com 40C estavamos a morrer de calor e absolutamente exaustos.
De St. George fomos ate ao Zion National Park. Imperdivel! o parque tem várias trilhas para percorrer, mas a mais conhecida e' a começa no Temple of Sinawava e que depois de 45 minutos de caminho pavimentado termina no rio, The Narrows, a partir daí quem quiser pode caminhar ao longo do rio, as vezes é possível seguir pelas margens, mas a maior parte do tempo o caminho e' dentro do rio, passando em cima de pedras e a água chega por vezes até a cintura, a medida que se vai avançando as margens altíssimas do rio (trata-se de um canyon) vão mudando e deslumbrando. O rio não acaba, por isso a distância da caminhada depende de cada um, nos fizemos 2,5 hrs para um lado e 1,5hr no regresso. Foi um passeio fantástico! Depois fizemos outras trilhas menores e adoramos todas. No final do dia ficamos com pena de nao ficar mais nenhum dia no Zions, mas outras aventuras esperavam por nos!
No 3 dia, acordamos em Page, uma cidadezinha a beira do Lake Powell, este lago resulta de uma barragem feita no rio Colorado, e o resultado e' deslumbrante. Alugamos um barco e fomos os 4 passear ao longo do lago. Com um calor insuportável cá fora, passamos muito tempo dentro da água, as margens do lago são lindas, e o passeio foi formidável! Ao fim do dia, ainda houve tempo para visitar o Horseshoe Bend, uma curva do rio Colorado que é cartão de visita desta região e que vale imenso a pena ver. Ficamos admirados pela beleza do lugar, mas ficamos aterrados pelas loucuras que as pessoas fazem para tirarem uma fotografia... houve alturas em que fechamos os olhos, porque achamos mesmo que íamos assistir a pessoas a caírem do canyon abaixo, surreal, as miúdas ficaram muito impressionadas e tive que usar de muita conversa para que elas aceitassem ficar até ao por-do-sol e não fugissem dali com medo.
Finalmente no 4 dia chegamos ao Grand Canyon, North Rim, passamos o dia a percorrer trilhas e cada curva do Canyon deu-nos uma vista melhor que a outra, ao fim do dia, não conseguimos dizer qual gostamos mais, mas apenas que são todas absolutamente impressionantes e que nao ha cartao postal ou fotografia alguma que transmita a sensação de magnitude que este lugar tem. Por mais altas que sejam as expectativas, o Grand Canyon consegue superar.
No dia seguinte, com o coração e a alma bem cheios de canyons, seguimos viagem até Sedona, passamos por mais terras e terras desertas, desviamos um pouco o caminho para visitar  cidade/reserva dos indios Navajo, até chegarmos a um pequeno oasis. Sedona fica no meio de uma floresta incrível, com montanhas/desfiladeiros lindos num ambiente do tempo dos cowboys. Adoramos!
No 6 dia, ainda em Sedona fomos até ao Slide Rock Park, um rio que e' um escorrega natural. A agua estava gelada, mas o calor cá fora quase nos "obrigou" a ir para dentro de água. Espetacular! A tarde fomos visitar uma igreja católica (Chapel of the Holy Cross). A igreja foi projetada com a ajuda de Lloyd Wright (filho do Arquitecto Frank Lloyd Wright) e a sua simplicidade e localização tornam-na muito especial. Gostamos tanto de Sedona que nos atrasamos bastante a sair da cidade... o nosso destino foi Peach Springs que fica a meio da famosa Route 66, a ideia era fazermos esta viagem de dia, para conseguirmos ver a estrada, mas já era noite quando a fizemos e assim acabamos por ficar com uma visão diferente, mas tambem interessante, com os neons dos restaurantes e motéis a brilhar ao longo do caminho.
Mas no dia seguinte (o oitavo) conseguimos fazer uma boa parte da Route 66 e adoramos! Para além de várias lojas ao longo da estrada com vestígios do que foi a estrada, bombas de gasolina antigas, carros, e muitos artefactos tipo maquinas de lavar, maquinas de escrever, torradeiras, telefones... tudo muito giro. Para além desses espaços ao longo da estrada, visitamos Kingman, que tem um museu da route 66 com a explicação da história da estrada e da sua importância, um conjunto grande de carros eléctricos e comboios, visitamos também uma casa de 1915 muito interessante e almoçamos num típico diner que nos fez lembrar o restaurante onde o Marty Mcfly encontra o pai em 1955 no filme Back to the Future. Voltamos novamente a parar em Oatman, um lugar perdido no tempo, saído diretamente de qualquer cenário de Hollywood passado no faroeste. Os 44 C que se faziam sentir não nos impediram de adorar parar aqui! Continuamos a nossa viagem ate depois de Las Vegas, fomos dormir a um parque de campismo (McWilliams Campground) com uns amigos que tem um gigantesco RV, daqueles que abre e duplica de tamanho, no meio de uma floresta espetacular, um lugar lindo! 
Por fim, no nosso ultimo dia, regressamos a Las Vegas, e para terminar em beleza, fomos assistir ao espetaculo de magia do David Copperfield, foi fabuloso. O homem e' genial. O espetáculo chama-se O Impossível, e realmente e' inacreditavel. Adoramos, saimos de la de boca aberta.
Resumo do nosso itinerário:
Dia 1: Las Vegas
Dia 2: St. George
Dia 3: Zion Park
Dia 4: Lake Powell, Horsebend shoe
Dia 5: Grand Canyon North Rim
Dia 6: Sedona
Dia 7: Sedona - Route 66
Dia 8: Route 66 (Kingman e Oatman) - Camping
Dia 9: Las Vegas

Se fizesse alguma coisa diferente, teria ido diretamente de Las Vegas para o Zion Park e passado la 2 dias (dormir em Springdale), e não fazendo o campismo, teria dado para visitar o Grand Canyon South rim a partir de Kingman, ficam as dicas!

E agora as fotos:

Las Vegas:



Passeio de helicoptero:


Passeio de ATV:


Zion Park: 



Lake Powell





Horsebend Shoe:


Grand Canyon:






Sedona:



Route 66:





Las Vegas:

Tuesday, June 11, 2019

Carta de Conducao

5 é o número de cartas de condução que tenho! Portugal, Japao, Hong Kong, Brasil e agora Massachusetts (USA), em 5 cartas de condução apenas tive que fazer exames de código e condução em duas delas, a primeira vez que tirei a carta em Portugal e agora em Boston. Tanto no Japao, como em Hong Kong e no Brasil, nao tive que tirar a carta toda. No Japao, contei tudo direitinho aqui https://historiasdojapao.blogspot.com/2009/03/carta-de-conducao-japonesa.html, tive que fazer a tradução da carta para ingles, dois exames aos olhos (letras e cores), em Hong Kong como ja tinha a tradução da carta para ingles, foi so pedir e nem me lembro se demorou tempo ou a recebi na hora, no Brasil, não foi preciso traduzir a carta (ufa!) mas tive que fazer um teste psicotécnico, basicamente para verificarem que não sou nenhuma sociopata. Agora aqui em Boston la tivemos que fazer a carta toda!
A primeira coisa foi fazer o exame de código, aqui eles chamam de Learners Permit, seria um exame fácil para quem tem mais de 20 anos de carta e experiencia de conducao, mas nao e'! Devo mesmo acrescentar que é preciso estudar e muito, nao, porque haja muitos sinais diferentes, mas porque, por um lado aqui há uma série de regras para os chamados condutores juniores (que tem menos de 21 anos) e que apesar de isso ser uma coisa que para mim não me interessa nada, aparentemente tenho que saber essas regras em detalhe, por outro lado, porque todas as regras de distancias sao diferentes (ja para nao falar do facto deles falarem em milhas em vez de metros), quando colocam a pergunta "Qual a distância em que devemos sinalizar uma manobra de saída de uma autoestrada?" e as respostas são 200, 300, 400 ou 500 milhas, e muito dificil adivinhar... ou seja é preciso mesmo estudar e treinar para o teste! Eu consegui passar com apenas 2 respostas erradas, mas o Luis (que teve muito menos tempo que eu para estudar) errou 6, o maximo que podia errar! 
Passo seguinte fazer o exame de condução, felizmente ao contrário de Portugal, aqui não é obrigatório fazer um determinado número de aulas nem de codigo nem de conducao (lembro-me que em PT eram precisas 25 aulas de codigo e 25 aulas de conducao), aqui a única coisa que é preciso é passar no exame, de qualquer forma para acelerar o processo, a inscrição para o exame deve ser feita através de uma escola, nós seguimos os conselhos do nosso amigo D. que já tinha passado pelo mesmo processo e usamos a mesma escola que ele usou, uma escola de chineses e para chineses (eramos os únicos ocidentais!) fizemos 1 aula para saber os truques (coisa simples) e la fomos fazer o exame. Passamos com distincao, mas em 9 só nós os 2 e mais 1 passaram, o resto chumbou tudo!! E devo dizer que foi o exame de condução mais fácil possível! Tive que regular o carro, fazer os sinais de virar com as mãos (sem piscas), tirar o carro do estacionamento, parar num sinal vermelho, virar a direita, estacionar a tras de um carro, fazer uma inversão de marcha e já está. O único cuidado a ter é fazer uma condução super segura, andar devagar e sempre a olhar para todo o lado... enfim, facil facil! Se aquele grupo todo chumbou aqui, gostava de os ver em Portugal, a fazer ponto de embraiagem no exame e estacionar entre dois carros... enfim!

E aqui estamos nós, felizes depois do exame, com o carro onde fizemos o teste de condução como fundo!


Thursday, June 6, 2019

Gadsby Awards

Estamos muito orgulhosos da nossa M. que ganhou um Gadsby Award com o seu trabalho na aula de arte da escola. Este prémio é oferecido ao melhor trabalho de cada ano, de cada escola do Brookline, ou seja de todos os trabalhos feitos pelas 5 turmas do Grade 4 da escola, elegeram o trabalho da M. como o melhor trabalho. Alem disso, o trabalho fica em exposição no Brookline Art Center, ganhou um kit de pintura e ainda uma bolsa de estudo para o Art Center, enfim motivo de sobra para ficarmos super orgulhosos.
O trabalho da M. é sobre a mudança das coisas e a visão por outro prisma, de certa forma sinto que é o resultado da experiencia de vida dela. ADORO.









Wednesday, June 5, 2019

Ride to school on a cop car

Ao contrário do que acontecia nos outros países, aqui em Boston, as miúdas frequentam a escola pública. Mas a escola pública aqui e' muito diferente de Portugal, a grande diferença relaciona-se com a participação dos pais na escola. Recordo-me de quando era miúda e andava na escola, os meus pais iam às reuniões de encarregados de educação e a uma ou outra festa na escola, nada mais era pedido aos pais. Aqui, para além de haver mil reuniões/oportunidades para os pais participarem da vida escolar ainda e' pedido ajuda financeira.
O PTO (Parent Teacher Organization) faz inúmeras atividades para recolha de fundos que são canalizados para a escola dar acesso aos alunos a melhores/diferentes oportunidades, por exemplo a escola das miúdas tem 1 impressora 3D, ha imenso material de arte que e' fornecido pelo PTO, passeios extra curriculares (visitas a museus, etc.), livros para a biblioteca de cada turma e para a biblioteca geral da escola, e também muitas atividades pedidas por cada professor individualmente, por exemplo, o professor da M. deu-lhes um projecto de construção de um carro de madeira que for totalmente financiado pelo PTO. Por um lado faz-me uma certa confusão, porque o facto destas actividades serem individuais cria alguma discriminação/sorte entre as turmas, por exemplo so a turma da M. fez o projeto do carro, as restantes 4 turmas de Grade 4 não fizeram... um bocadinho injusto parece-me, mas e' assim que a coisa funciona.
Assim sendo, compreende-se porque e' que algumas escolas são melhores do que outras, como e' obvio, aquelas que ficam inseridas em bairros melhores, tem casas mais caras, famílias com mais dinheiro que por sua vez investem nas escolas e gera-se uma roda. 
Para recolher fundos para a escola o PTO organiza uma serie de actividades e, este ano, no Spring Gala Fest, havia muitos premios oferecidos por diversas entidades que os pais podiam comprar em leilão. O Luís entusiasmou-se e comprou o passeio de carro de polícia para a escola.
E foi assim, que hoje de manhã tivemos um carro de polícia com o respectivo agente a porta de casa, pronto para tirarmos muitas fotos e em seguida nos levar para a escola. Uma experiencia memoravel! Divertimo-nos imenso e aprendemos muitas coisas também!
Foi a minha primeira vez dentro de um carro de polícia e por mais divertida que tenha sido, espero sinceramente que tenha sido a ultima tanto para mim como para as miúdas... 





Tuesday, March 12, 2019

Pats Peak - agora no blog correto

O que dá escrever posts depois de passar um dia a tomar conta de uma criança doente?... Distrai-me e nao reparei que o último post que escrevi foi no Histórias de Sampa assim, esqueci-me de trocar para o Historias de Boston e com a pressa para ir ver se a M. continuava sem febre não revi o post e pronto, foi parar ao blog errado!

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Este Sabado fomos esquiar! Já tínhamos adiado milhares de vezes o plano ou por acharmos que precisávamos de planear melhor a viagem ou por acharmos que a neve nao ia estar muito boa. Mas desta vez lá decidimos e foi o melhor que fizemos!
Escolhemos a estação de ski Pats Peak. Fica a 1h30 de casa, uma viagem que se faz super bem. Ate agora sempre que fui esquiar tive que subir a montanha de carro com direito a muitas curvas contracurvas, mas aqui nao, o caminho e' uma autoestrada direta e 10 minutos finais de estrada secundaria super simples. Pats Peak e' uma estação pequena, o equipamento de aluguer bastante bom (melhor do que todos os outros que ja experimentei), foi fácil marcar aulas e muito rapidamente estávamos com os skis nos pés e prontos para esquiar! A montanha não é muito grande (28 pistas e 11 lifts) mas para nos que fomos apenas passar 1 dia e que já não esquiavamos há 10 anos, chegou perfeitamente!
Marcamos aulas que comecaram as 11h30 da manha, fomos deixar as miudas a aula delas e seguimos para a nossa. Combinamos com as miudas que caso a aula delas acabasse primeiro, elas esperavam por nos no sitio na pista onde as deixamos (area dos principiantes), so que nao sabiamos que a nossa aula iria demorar 1 hora mais do que a delas, por alguma razão o nosso professor estava bem disposto e decidiu prolongar a aula, ou seja quando fomos ter com as miudas e encontramos professor delas e perguntamos onde elas estavam e se a aula tinha corrido bem, o homem olhou para nos em panico com medo de ter perdido as miudas e sem perceber como a nossa aula tinha demorado tanto, tivemos um momento de susto, mas felizmente as miudas são fantásticas e ficaram mesmo a nossa espera exactamente no sítio combinado, quando chegamos ao pé delas estavam calmamente sentadas e nem medo tiveram, sabiam que estávamos a chegar, prova disso foi a M. ter o seu telefone e nem se ter lembrado de nos ligar, o professor olhou para nós com um olhar de alívio e fartou-se de repetir, "Congratulations, you are raising amazing girls". Assim que nos viram, as miudas, que nunca tinham experimentado esquiar antes, disseram logo que adoraram a aula e que adoravam esquiar! O facto de serem patinadoras ajudou muito e no fim do dia já subiam connosco nas cadeirinhas. Muito muito contentes. 
Durante a tarde, como estava bastante gente, acabamos por nos separar os 4, eu e a V. fomos para um lado, o Luis e a M. para outro, e so nos voltamos a encontrar ao fim do dia, com um sorriso enorme no rosto e prontos para voltar muito em breve. A viagem de regresso foi tão rápida que às 20h estávamos a jantar em casa já depois de um belo banho.

O nosso Domingo não foi tão bom como o Sábado... a M. acordou com febre e esteve molinha o dia todo, e nós ficamos em casa com ela. Na realidade ela na noite anterior já tinha tido febre, mas achamos que seria do esforço do dia de ski... afinal nao era. 









Adirondacks - a viagem pela natureza

Este Verao, a pandemia impediu-nos de ir a Portugal, mas resolvemos tirar o melhor partido possível da oportunidade de passarmos o Verão em...