Friday, July 31, 2020

Adirondacks - a viagem pela natureza

Este Verao, a pandemia impediu-nos de ir a Portugal, mas resolvemos tirar o melhor partido possível da oportunidade de passarmos o Verão em Boston e assim planeamos uma viagem totalmente diferente do que costumamos fazer e por uma região, que embora quisessemos visitar, nao era prioridade, fomos ate ao Upstate New York, a região norte do Estado de Nova Yorque, onde fica as Adirondack Montains, o maior parque florestal dos Estados Unidos. Uma reserva natural gigantesca, com mais de 2 milhões de hectares, onde as florestas, rios e lagos são impressionantemente bonitos e oferecem mil oportunidades de passeio.
Saimos de carro de Boston, atravessamos o Massachusetts e entramos no Estado de Nova Yorque por Albany, a capital do estado. Demos um pequeno passeio pelas ruas do centro, deu para ver que cidade e' bonita, com casas lindas e os edifícios do governo do Estado fizeram lembrar um bocadinho a nossa viagem a Brasília (que adoramos), mas ficamos muito pouco tempo, apenas o suficiente para comprar almoço e fazermos o nosso primeiro pic-nic junto ao rio Hudson (que nasce nas Adirondack Montains, atravessa o Upstate NY, passa por Albany e segue para New York City). 
Seguimos viagem para o Lake Champlain, um lago enorme já parte do parque Adirondack, e chegamos ao Crown Point Campground, onde montamos a nossa tenda e ficamos 2 noites. O parque era simpático e com uma vista para o lago linda. a saída do parque há uma ponte que atravessa o lago para o estado do Vermont e a vista para essa ponte ao fim do dia e' deslumbrante.
No dia seguinte, alugamos um barco e percorremos apenas uma pequena parte do lago, mergulhamos imenso, andamos de tube, e so a chuva que se levantou a meio da tarde ameaçou estragar o passeio, mas não o conseguiu fazer, adoramos o passeio!
No nosso terceiro dia, levantamos o acampamento e fomos de carro ao longo das margens do lago, descobrindo praias lindas, desertas, pareciam saídas de um filme onde os personagens se encontram perdidos numa ilha qualquer no meio de nada, alias essa sensação tivemos em varias alturas desta viagem. E por fim deixamos o lago e entramos pelas florestas até chegarmos ao Buck Pond Campground, a nossa morada para os próximos 4 dias. Um campground fantastico, cada site super privado, e alguns em cima da água, uma praia linda, e varios lagos grandes e lindos. Passamos os dias a pescar, passear de Stand Up, além disso fomos visitar algumas vilas ali ao pé. Lake Placid, onde foram os jogos olímpicos de inverno de 1932 e 1980, e' muito gira, como não podia deixar de ser fica nas margens do lago com o mesmo nome, vimos vários restaurantes com uma cara linda e tivemos muita pena de nas actuais circunstancias nao podermos disfrutar deles. Outra vila engraçada e' Saranack Lake aí experimentamos os melhores sundaes que já comemos Montain Mist Ice Cream, tao bom que conseguimos ir la 3 vezes durante a nossa estadia!
E por fim, partimos para a nossa grande aventura, alugamos 2 canoas (uma de 3 lugares e outra individual), reduzimos o nosso equipamento ao máximo para poder caber tudo, compramos um monte de comida de aventura e partimos com um mapa e uma ideia vaga do lugar onde queríamos dormir. Foram 3 dias de aventura, sem telefones, sem casas, sem pessoas, sem civilizacao por perto, so nos os 4. Lutamos contra correntes e contra o vento, apanhamos chuva, mas também andamos por rios estreitos no meio de florestas densas, e por fim descobrimos uma ilha linda, onde fizemos o nosso acampamento base. A partir da nossa ilha fomos explorando outros lagos, vivemos em tranquilidade e muito descanso, não me vou esquecer das manhãs quando ainda todos dormiam e eu montava a minha cama de rede com vista para o lago, e me deitava embrulhada no meu saco cama a ler e a ouvir o barulho dos pássaros e da água a bater na margem. Uma aventura inesquecível. 
No regresso a Boston dormimos uma noite em Ausable Chasm, queriamos ir ver a cascata, mas estavamos cansados e acabamos por depois de arrumar tudo, ir um pouco a praia, o Luis e as miudas ainda foram pescar e por fim, fizemos as 4hrs de viagem de regresso a casa.
Vamos ter muitas saudades das Adirondack Mountains!

Guia de viagem:
Dia 1 - Viagem Boston - Albany - Lake Champlain (Crown Point Campground)
Dia 2 - Passeio de barco Lake Champlain
Dia 3 - Viagem Lake Champlain - Buck Pond Campground - varias paragens nas margens do lago
Dia 4, 5, 6 -Buck Pond, Lake Placid, Lake Saranack
Dia 7 - 9 Canoe Expedition (St. Regis Canoe Outfitters) saida de Floodwood Pond, dormir em Follensby Clear Pond
Dia 10 - Viagem para Ausable Chasm
Dia 11 - Ausable Chasm - Boston com paragem em Port Henri no Gene's para um fantástico cachorro!  
















Wednesday, September 11, 2019

Grand Canyon e muito mais!

Depois de quase 2 meses em Portugal (numas ferias fantasticas) regressamos a Boston para partirmos novamente em viagem, para um destino desconhecido e umas férias bem diferentes.
Comecamos em Las Vegas. Esta foi a 2 vez que fui a LV e confesso que quando fui a primeira vez fiquei muito pouco impressionada, por isso ia com as expectativas baixas, mas como era o melhor aeroporto de acesso ao Grand Canyon e as miúdas não conheciam, resolvi dar a cidade uma 2a oportunidade e nao e' que valeu imenso a pena!!
Comecamos com um passeio de helicóptero, foram-nos buscar de carro e levaram-nos até ao heliporto a alguns kms do centro e de lá sobrevoamos uma parte do deserto a volta de LV (absolutamente impressionante, como é possível que haja uma cidade no meio daquele deserto!), passamos pelo Lake Mead (lindo!) e pelo Rio Colorado até chegarmos ao início do Grand Canyon, foi um passeio espetacular que nos aguçou ainda mais a vontade de visitar o Canyon. Nesse dia, passamos a tarde muito gira em casa de uns amigos e a noite fomos ver um show, o Le Reve no hotel/casino Wynn. O espetaculo e' fantastico, uma mistura de teatro com musical e acrobacias circenses ao estilo Circo do Soleil, ficamos os 4 de boca aberta a assistir, adoramos e super recomendamos! Depois do espetáculo ainda tivemos tempo para ver as luzes da cidade e assistir ao show das fontes em frente ao Bellagio. Las Vegas é uma cidade para viver a noite e no meio da disneylândia de cores, extravagância e muita falta de bom gosto, e' uma cidade que surpreende a todo o momento e que não sendo uma cidade bonita, tem muitas coisas bonitas. 
No dia seguinte, partimos para St. George, uma cidade a norte do Grand Canyon, onde paramos para andar de ATV (all terrain vehicle), foi uma experiencia super divertida, eu morri de medo, as miúdas também! Andamos nas dunas, fomos ate ao Sand Hollow Reservoir e divertimo-nos imenso. No regresso ao hotel passamos uma festa/feira local Peach Fair que nos fez lembrar as feiras que se veem nos filmes e finalmente mergulhamos na piscina do hotel depois de passarmos o dia com 40C estavamos a morrer de calor e absolutamente exaustos.
De St. George fomos ate ao Zion National Park. Imperdivel! o parque tem várias trilhas para percorrer, mas a mais conhecida e' a começa no Temple of Sinawava e que depois de 45 minutos de caminho pavimentado termina no rio, The Narrows, a partir daí quem quiser pode caminhar ao longo do rio, as vezes é possível seguir pelas margens, mas a maior parte do tempo o caminho e' dentro do rio, passando em cima de pedras e a água chega por vezes até a cintura, a medida que se vai avançando as margens altíssimas do rio (trata-se de um canyon) vão mudando e deslumbrando. O rio não acaba, por isso a distância da caminhada depende de cada um, nos fizemos 2,5 hrs para um lado e 1,5hr no regresso. Foi um passeio fantástico! Depois fizemos outras trilhas menores e adoramos todas. No final do dia ficamos com pena de nao ficar mais nenhum dia no Zions, mas outras aventuras esperavam por nos!
No 3 dia, acordamos em Page, uma cidadezinha a beira do Lake Powell, este lago resulta de uma barragem feita no rio Colorado, e o resultado e' deslumbrante. Alugamos um barco e fomos os 4 passear ao longo do lago. Com um calor insuportável cá fora, passamos muito tempo dentro da água, as margens do lago são lindas, e o passeio foi formidável! Ao fim do dia, ainda houve tempo para visitar o Horseshoe Bend, uma curva do rio Colorado que é cartão de visita desta região e que vale imenso a pena ver. Ficamos admirados pela beleza do lugar, mas ficamos aterrados pelas loucuras que as pessoas fazem para tirarem uma fotografia... houve alturas em que fechamos os olhos, porque achamos mesmo que íamos assistir a pessoas a caírem do canyon abaixo, surreal, as miúdas ficaram muito impressionadas e tive que usar de muita conversa para que elas aceitassem ficar até ao por-do-sol e não fugissem dali com medo.
Finalmente no 4 dia chegamos ao Grand Canyon, North Rim, passamos o dia a percorrer trilhas e cada curva do Canyon deu-nos uma vista melhor que a outra, ao fim do dia, não conseguimos dizer qual gostamos mais, mas apenas que são todas absolutamente impressionantes e que nao ha cartao postal ou fotografia alguma que transmita a sensação de magnitude que este lugar tem. Por mais altas que sejam as expectativas, o Grand Canyon consegue superar.
No dia seguinte, com o coração e a alma bem cheios de canyons, seguimos viagem até Sedona, passamos por mais terras e terras desertas, desviamos um pouco o caminho para visitar  cidade/reserva dos indios Navajo, até chegarmos a um pequeno oasis. Sedona fica no meio de uma floresta incrível, com montanhas/desfiladeiros lindos num ambiente do tempo dos cowboys. Adoramos!
No 6 dia, ainda em Sedona fomos até ao Slide Rock Park, um rio que e' um escorrega natural. A agua estava gelada, mas o calor cá fora quase nos "obrigou" a ir para dentro de água. Espetacular! A tarde fomos visitar uma igreja católica (Chapel of the Holy Cross). A igreja foi projetada com a ajuda de Lloyd Wright (filho do Arquitecto Frank Lloyd Wright) e a sua simplicidade e localização tornam-na muito especial. Gostamos tanto de Sedona que nos atrasamos bastante a sair da cidade... o nosso destino foi Peach Springs que fica a meio da famosa Route 66, a ideia era fazermos esta viagem de dia, para conseguirmos ver a estrada, mas já era noite quando a fizemos e assim acabamos por ficar com uma visão diferente, mas tambem interessante, com os neons dos restaurantes e motéis a brilhar ao longo do caminho.
Mas no dia seguinte (o oitavo) conseguimos fazer uma boa parte da Route 66 e adoramos! Para além de várias lojas ao longo da estrada com vestígios do que foi a estrada, bombas de gasolina antigas, carros, e muitos artefactos tipo maquinas de lavar, maquinas de escrever, torradeiras, telefones... tudo muito giro. Para além desses espaços ao longo da estrada, visitamos Kingman, que tem um museu da route 66 com a explicação da história da estrada e da sua importância, um conjunto grande de carros eléctricos e comboios, visitamos também uma casa de 1915 muito interessante e almoçamos num típico diner que nos fez lembrar o restaurante onde o Marty Mcfly encontra o pai em 1955 no filme Back to the Future. Voltamos novamente a parar em Oatman, um lugar perdido no tempo, saído diretamente de qualquer cenário de Hollywood passado no faroeste. Os 44 C que se faziam sentir não nos impediram de adorar parar aqui! Continuamos a nossa viagem ate depois de Las Vegas, fomos dormir a um parque de campismo (McWilliams Campground) com uns amigos que tem um gigantesco RV, daqueles que abre e duplica de tamanho, no meio de uma floresta espetacular, um lugar lindo! 
Por fim, no nosso ultimo dia, regressamos a Las Vegas, e para terminar em beleza, fomos assistir ao espetaculo de magia do David Copperfield, foi fabuloso. O homem e' genial. O espetáculo chama-se O Impossível, e realmente e' inacreditavel. Adoramos, saimos de la de boca aberta.
Resumo do nosso itinerário:
Dia 1: Las Vegas
Dia 2: St. George
Dia 3: Zion Park
Dia 4: Lake Powell, Horsebend shoe
Dia 5: Grand Canyon North Rim
Dia 6: Sedona
Dia 7: Sedona - Route 66
Dia 8: Route 66 (Kingman e Oatman) - Camping
Dia 9: Las Vegas

Se fizesse alguma coisa diferente, teria ido diretamente de Las Vegas para o Zion Park e passado la 2 dias (dormir em Springdale), e não fazendo o campismo, teria dado para visitar o Grand Canyon South rim a partir de Kingman, ficam as dicas!

E agora as fotos:

Las Vegas:



Passeio de helicoptero:


Passeio de ATV:


Zion Park: 



Lake Powell





Horsebend Shoe:


Grand Canyon:






Sedona:



Route 66:





Las Vegas:

Tuesday, June 11, 2019

Carta de Conducao

5 é o número de cartas de condução que tenho! Portugal, Japao, Hong Kong, Brasil e agora Massachusetts (USA), em 5 cartas de condução apenas tive que fazer exames de código e condução em duas delas, a primeira vez que tirei a carta em Portugal e agora em Boston. Tanto no Japao, como em Hong Kong e no Brasil, nao tive que tirar a carta toda. No Japao, contei tudo direitinho aqui https://historiasdojapao.blogspot.com/2009/03/carta-de-conducao-japonesa.html, tive que fazer a tradução da carta para ingles, dois exames aos olhos (letras e cores), em Hong Kong como ja tinha a tradução da carta para ingles, foi so pedir e nem me lembro se demorou tempo ou a recebi na hora, no Brasil, não foi preciso traduzir a carta (ufa!) mas tive que fazer um teste psicotécnico, basicamente para verificarem que não sou nenhuma sociopata. Agora aqui em Boston la tivemos que fazer a carta toda!
A primeira coisa foi fazer o exame de código, aqui eles chamam de Learners Permit, seria um exame fácil para quem tem mais de 20 anos de carta e experiencia de conducao, mas nao e'! Devo mesmo acrescentar que é preciso estudar e muito, nao, porque haja muitos sinais diferentes, mas porque, por um lado aqui há uma série de regras para os chamados condutores juniores (que tem menos de 21 anos) e que apesar de isso ser uma coisa que para mim não me interessa nada, aparentemente tenho que saber essas regras em detalhe, por outro lado, porque todas as regras de distancias sao diferentes (ja para nao falar do facto deles falarem em milhas em vez de metros), quando colocam a pergunta "Qual a distância em que devemos sinalizar uma manobra de saída de uma autoestrada?" e as respostas são 200, 300, 400 ou 500 milhas, e muito dificil adivinhar... ou seja é preciso mesmo estudar e treinar para o teste! Eu consegui passar com apenas 2 respostas erradas, mas o Luis (que teve muito menos tempo que eu para estudar) errou 6, o maximo que podia errar! 
Passo seguinte fazer o exame de condução, felizmente ao contrário de Portugal, aqui não é obrigatório fazer um determinado número de aulas nem de codigo nem de conducao (lembro-me que em PT eram precisas 25 aulas de codigo e 25 aulas de conducao), aqui a única coisa que é preciso é passar no exame, de qualquer forma para acelerar o processo, a inscrição para o exame deve ser feita através de uma escola, nós seguimos os conselhos do nosso amigo D. que já tinha passado pelo mesmo processo e usamos a mesma escola que ele usou, uma escola de chineses e para chineses (eramos os únicos ocidentais!) fizemos 1 aula para saber os truques (coisa simples) e la fomos fazer o exame. Passamos com distincao, mas em 9 só nós os 2 e mais 1 passaram, o resto chumbou tudo!! E devo dizer que foi o exame de condução mais fácil possível! Tive que regular o carro, fazer os sinais de virar com as mãos (sem piscas), tirar o carro do estacionamento, parar num sinal vermelho, virar a direita, estacionar a tras de um carro, fazer uma inversão de marcha e já está. O único cuidado a ter é fazer uma condução super segura, andar devagar e sempre a olhar para todo o lado... enfim, facil facil! Se aquele grupo todo chumbou aqui, gostava de os ver em Portugal, a fazer ponto de embraiagem no exame e estacionar entre dois carros... enfim!

E aqui estamos nós, felizes depois do exame, com o carro onde fizemos o teste de condução como fundo!


Thursday, June 6, 2019

Gadsby Awards

Estamos muito orgulhosos da nossa M. que ganhou um Gadsby Award com o seu trabalho na aula de arte da escola. Este prémio é oferecido ao melhor trabalho de cada ano, de cada escola do Brookline, ou seja de todos os trabalhos feitos pelas 5 turmas do Grade 4 da escola, elegeram o trabalho da M. como o melhor trabalho. Alem disso, o trabalho fica em exposição no Brookline Art Center, ganhou um kit de pintura e ainda uma bolsa de estudo para o Art Center, enfim motivo de sobra para ficarmos super orgulhosos.
O trabalho da M. é sobre a mudança das coisas e a visão por outro prisma, de certa forma sinto que é o resultado da experiencia de vida dela. ADORO.









Adirondacks - a viagem pela natureza

Este Verao, a pandemia impediu-nos de ir a Portugal, mas resolvemos tirar o melhor partido possível da oportunidade de passarmos o Verão em...